Mas Daniel, como é a Terapia Junguiana?

Você não será a primeira pessoa se já ouviu que não importa muito qual a linha terapêutica de seu psicólogo, contanto que ele resolva seu problema, isso que é importante.

Para começarmos nossa conversa, afirmo que não necessariamente saber a abordagem do seu psicólogo vai determinar a resolução de seus problemas, definitivamente não é uma relação de causa e efeito.

Paradoxalmente, talvez você se sinta frustrado ao esperar que um profissional, com todos os seus conhecimentos, tenha uma solução para àquele seu problema pessoal (ou social, quem sabe?). Mas antes que você decida, então, que terapia não é pra você, responda-me (ou responda pra você mesmo), quantas vezes você já ouviu um conselho de um amigo e no final acabou fazendo àquilo que você realmente queria fazer? Ou quantas vezes seguiu o tal conselho, mas se arrependeu por sentir que não era exatamente o que queria? No final, tendemos a recorrer ao nosso interior. 

Não me entenda mal, não estou querendo crucificar nenhum conselho ou qualquer protocolo que te guie para uma melhor condição de vida. Às vezes eles podem ser eficazes, de fato. O ponto central aqui é evidenciar que se não fizer sentido pra você ou se não estiver dentro de suas condições ou realidade, todo conselho ou protocolo pode acabar sendo irrelevante, inapropriado ou falho.  

Até aqui, você pode até ter concordado ou discordado da questão levantada, tudo bem, mas então você me pergunta: “ok, mas o que isso tem a ver com terapia Junguiana?” 

Vamos lá, a terapia Junguiana, criada pelo psiquiatra e psicólogo suíço Carl Jung, tem como uma de suas bases o foco na relação terapêutica, o que significa que quanto mais significativa a relação entre terapeuta e paciente for, mais “resultados” a terapia terá. A equação pessoal do terapeuta, ou seja, a personalidade do terapeuta possui muita importância! Pense, por exemplo, em suas disciplinas favoritas na época da escola. Muito provavelmente, uma ou outra dessas disciplinas te fez brilhar os olhos porque havia uma identificação com seu professor. Havia ali uma relação significativa! Pode apostar que isso fez você aprender muito mais facilmente. 

Nesse sentido, ao longo da construção dessa relação terapêutica, o acompanhamento psicológico na terapia Junguiana segue os movimentos da própria ordem psíquica do paciente, onde os conteúdos trazidos em um primeiro momento poderão ser trabalhados novamente sempre  que assim fizer sentido para o processo psicoterapêutico, não possuindo um direcionamento rígido nem seguindo etapas pré-estabelecidas. 

O terapeuta, nesse processo, se torna um espelho para o paciente, na medida em que os conteúdos trazidos em sessão são refletidos, acolhidos, debatidos, confrontados e analisados. Forma-se assim, um movimento dialético, ou seja, a busca por um conhecimento a partir do diálogo. Além desse diálogo, é imprescindível o relato dos sonhos na terapia Junguiana, pois é a partir dos sonhos que temos um dos principais canais de comunicação com o nosso inconsciente, sendo primordial para o desenvolvimento da nossa personalidade. 

É por meio da análise dos sonhos que o paciente poderá trazer para seu consciente aspectos de si mesmo antes desconhecidos, mergulhados em seu inconsciente. Esses aspectos inconscientes são muitas vezes sombrios, explicando muitos de nossos comportamentos mais irracionais e incompreensíveis e que nos causam intenso sofrimento emocional. Por fim, é a partir desse diálogo consciente-inconsciente, na terapia, que vamos nos tornando cada vez mais adaptados, equilibrando nossas atitudes em cada situação da vida. Além de que também vamos tendendo a contactar melhor com o nosso interior, na busca pela nossa verdade e por uma vida mais integrada, autêntica e com mais sentido.

Até aqui, explanei da forma mais resumida e clara que consegui, mas caso você ainda tenha ficado com dúvidas e queira conversar um pouco mais para esclarecê-las, entre em contato comigo. Vai ser uma satisfação pra mim! Até logo mais! 

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